Era um livro inconformado
Por nada poder fazer,
Pois ali encafuado
Ninguém o podia ler
E se desse um abanão
E conseguisse sair?
Assim o fez e, no chão
Foi cair logo a seguir
E pensando em ir-se embora,
Fez das folhas asas
E saiu janela fora!
Nas nuvens planou, voou,
Com as folhas a dar a dar.
Deu piruetas, rebolou,
Virando as capas p’ro ar.
Estava a criança encantada
E assim, sem dar por isso,
Foi chegando a pequenada
Atenta e sem reboliço.
Brincaram todos contentes,
O livro ficou feliz,
E saiu discretamente
Deixando entregue o petiz.
Voou, voou e outra vez
Alimentou essa esperança
De poder trazer, talvez,
Felicidade a outra criança
Viu uma menina enroscada,
Que não lhe pareceu contente
E como quem não quer nada
Pôs-se logo à sua frente.
Contou-lhe histórias de reis,
Santos homens, animais
E outras coisas que eu nem sei:
Fadas, anjos, tudo mais!
Logo a menina dormiu
Um sono bom, repousante
E o livro, outra vez, cumpriu
O seu papel importante.
Era um livro com esperança,
Em cima duma prateleira.
Para dar alegria a uma criança:
Desafiou-a para a brincadeira.
E assim o Livro Activo voltou a ser Feliz!
4.º 14
0 comentários:
Enviar um comentário